2/16/2005

Inquérito Salarial

Em resposta ao primeiro comentário deste blog, aqui fica uma das mensagens do colega João Pinto envida durante o mês de Janeiro:

"Caríssimos colegas,

Primeiro, deixem-me explicar porque acho importante termos um estudo semelhante ao estudo americano que divulguei.
Quem não gostaria de saber se o que ganha está acima ou abaixo do mercado? Quem não gostaria de saber se está bem ou mal pago? Quem, quando está a negociar um novo contracto, quer como trabalhador por conta de outrém, quer como trabalhador independente, não gostaria de estar mais informado sobre o que poderá valer a sua formação e experiência, sabendo assim se o que está a pedir é justo ou não? E, desculpem-me discordar, mas isto não é querer começar a casa pelo telhado.
Aquilo que ganhámos é o que nos permite subsistir, comprar livros e ir a acções de formação, a congressos e seminários. Em suma, o salário, para além da sobrevivência, permite-nos, havendo vontade para isso, desenvolvermo-nos profissionalmente.

No entanto, não acho que isto seja incompatível com o desenvolvimento de uma associação profissional. E acho que uma associação profissional que funcionasse seria também importante para o desenvolvimento da profissão. Mas não funcionando do modo como o colega Pedro Batista refere. Não acho que uma associação deste tipo se devesse ocupar com a definição de honorários. Não deixo que nenhuma associação ou organização discuta aquilo que vou ganhar. Isso, serei eu a discuti-lo com quem me quiser empregar. Serei eu a mostrar, com a experiência que tenho, com a formação que adquiri, com o meu desenvolvimento profissional, que valho cada cêntimo que irão pagar pelo meu trabalho. Apesar de tudo, neste ponto, acredito no mercado e que é ele que deverá funcionar. E por isso é que se torna ainda mais importante um tal estudo salarial. Para que todos possamos conhecer o mercado onde trabalhamos. Uma associação profissional, pelo menos do modo como eu a entendo, nunca poderá impedir que sejam pagos salários vergonhosos. Cada um de nós é que, consciente do que vale, não se deverá sujeitar a esses salários vergonhosos.

Em relação a associações na área da Segurança e Higiene do Trabalho, já existem algumas em Portugal. Sou membro da SPOSHO (http://sposho.no.sapo.pt/). A adesão foi facílima: enviei a folha de inscrição que se encontrava na página e, alguns dias depois, recebi um email em como estava inscrito. Esta é uma associação baseada na Universidade do Minho e desenvolvida em torno do Prof. Sérgio Miguel (do livro da Porto Editora).
Também conheço a APSET, cujo presidente é o Dr. Luís Coceição Freitas. Nesta, já tentei duas vezes tornar-me membro sem sucesso. A sede desta associação é em Lisboa e parece-me que ainda não tem ágina na internet.
Nenhuma destas duas associações tem por fim tornar-se numa câmara para a defesa dos interesses corporativos da classe dos Técnicos de Higiene e Segurança. Tem por fim, e acho que é realmente o mais importante, a defesa da Higiene e Segurança do Trabalho, o contributo para o seu desenvolvimento, a melhoria contínua dos profissionais que trabalhem nesta área, independentemente da profissão.
Por isso, para aqueles que queiram activamente contribuir para o desenvolvimento da Segurança e Higiene do Trabalho, já existem meios para o fazer.

Agora, voltando ao estudo salarial. Se alguém tiver chegado aqui... Também este é um mail demasiado longo ;)
O que podemos nós fazer?
Primeiro, desenvolver um inquérito que permita a recolha da informação que necessitemos. Já tenho algumas ideias, que poderei trocar com os interessados.
Depois, cada um de nós responder ao inquérito e enviar esse inquérito a 5 colegas de profissão que conheça. Assim, se todos nós fizéssemos isso, já estaríamos a falar de uma amostra de aproximadamente 500 pessoas, bastante representativo do universo nacional. No entanto, se apenas 1/4 das pessoas responderem, apesar de não ser tão representativo, já estaríamos a falar de mais de 100 respostas. Já seria algo de significativo.
Por fim, o tratamento dos questionários.

Resumindo a minha opinião:
Um estudo salarial em Portugal para as profissões relacionadas com a Segurança e Higiene do Trabalho não é incompatível com uma associação nesta área.
Já existem várias associações em Portugal, que permitem quem quiser envolver-se activamente.
Tínhamos toda a vantagem em conhecer melhor o mercado e, para isso, um estudo salarial seria bastante interessante.
Cumprimentos

João Pinto"

Mensagem enviada por João Pinto ao News-group HSTAPT http://groups.yahoo.com/group/hstapt/

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